terça-feira, 6 de janeiro de 2009

Protecionismo Visual

Vivemos numa sociedade onde nossas ações são totalmente influenciadas pelo meio onde vivemos, nossas companhias, e principalmente, nossa família. Constantemente vemos em nosso dia-dia nos mais variados lugares que vamos: “sorria! você está sendo filmado”. Ficamos com a impressão de não está à vontade, com a liberdade roubada.


Por quê será que se sente tanto a necessidade de utilização dessas câmeras que – teoricamente – intencionam a promoção de nossa segurança? Precisamos realmente? O que fazemos para mudar isso? São questões facilmente de serem respondidas, é óbvio que por trás existem vários fatores que levaram a essa “segurança a qualquer custo”.


Como praticamente tudo, há o lado bom e ruim da coisa. Existem uma variedade de programas de TV que utilizam essa façanha pra ganhar audiência e dinheiro, e por incrível que pareça, conseguem. Como o “Big Brother Brasil”,”Retrato Falado”, “Aconteceu Comigo”, “Troca de Família” e outros milhares aí existentes.


Algumas pessoas não gostam de ser vigiadas, em contrapartida, colocam em msn e orkut informações extremamente pessoais, como endereço, estado civil. Ou seja, é mais uma plantação capitalista. O “prazer” de ser conhecido, os “cinco minutos de fama”, ou “cada minuto é um flash”. Em torno disso gera uma polêmica gigantesca quando utilizada – se for esse o termo – de forma ilegal.


A vida vai passando e cada vez mais somos vigiados. Violência. Privacidade. Segurança. Absolutamente tudo está vinculado ao “monitorar”. Podemos citar ainda casos que foram mostrados pela imprensa com bastante enfoque, causando em nossa sociedade alienada um choque, um ar de misericórdia – confesso que quase caí na cilada! Quem não se lembra da menina Isabella Nardoni que foi jogada do sexto andar do prédio onde morava? E da garota Eloah Pimentel, vítima de crime passional. E a Daniele Cicareli com o namorado na praia da Espanha? Eles apresentam como se fosse o único que aconteceu, cadê que mostram o sofrimento africano, que pra mim é um continente em extinçao!


Somos vistoriados vinte e quatro horas por dia. Muitas pessoas sabem com quem você conversou durante o ano. Com quem anda e até mesmo sua orientação sexual. É possível que saibam também a lista das mercadorias que você comprou e as músicas que ouviu. Como diz o pesquisador americano Gary Settles da Penn State Research Foundation: “Resumos de personalidade, do tipo que dá o perfil de um consumidor, dominam nossas vidas em aspectos muito importantes.”


Para ele, as pessoas no mundo real são contraditórias, desordenadas e complexas. De forma contraditória. Ele cita um caso de 1950, quando o governo americano, depois de reunir uma série de dados sobre o professor de chinês Owen Lattimore, chegou à conclusão de que ele era o principal espião soviético nos Estados Unidos. O caso só terminou cinco anos depois, quando o acusado foi inocentado por falta de provas. Essa é a cara da humanidade. Somos todos, literalmente falando, um Owen Lattimores.

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