terça-feira, 6 de janeiro de 2009

Minha Relação com a Língua Portuguesa

A língua portuguesa há muito vive comigo. Desde quando meus pais conversavam comigo na barriga de minha mãe, não entendia nada, mas no fundo, sentia uma grande alegria quando os ouvia. E foi assim até que definitivamente cheguei a esse mundo “ditador de regras”.

Cresci, e assim como a maioria dos educadores não capacitados, não dominava muito bem o português. Na escola sempre tirava notas convincentes, mas, em casa, nas ruas e com conhecidos ou desconhecidos a relação da linguagem falada comparada à aprendida no colégio era praticamente de total diferença. Demorei a entender que realmente não eram iguais mas faziam parte de um conjunto de valores que definiam e define a nossa língua.

O tempo foi passando e ao contrário do que pensava, a influência da língua portuguesa cresceu ainda mais em minha vida. Odiava! Era uma monotonia demasiada, sempre “ortografia” + “ortografia”... numa idéia de limitação total, não nos educam em idéias do lato-senso[1] e sim do stricto-senso[2].

Infelizmente somos ensinados a seguir regras, “gramática normativa”, que julgam ser mais importante até mesmo do que seu senso-comum. Se submetem. Nos persuadem. Certamente que essa é a base, mas não a única forma se aprender.

Sempre achei complicado lembrar tantas normas para serem seguidas, mas entendia que sem elas nunca conseguiria ter uma comunicação formal e que por isso seria prejudicado na vida profissional. Até encontrar as respostas para minhas perguntas e chegar à conclusão de que estava equivocado.

Essas respostas se resumem em apenas oito letras: “leituras”. Isso mesmo, com a leitura entrei em um novo mundo, tudo se clareou. Depois de ser apresentado a um livro, nunca mais quis largá-lo, foi amor a primeira leitura.

São incontáveis as modificações que sofri, com relação a tudo, inclusive à língua portuguesa. A linguagem é a forma que o ser humano ganhou para se comunicar, seja ela verbal ou não-verbal. E a melhor maneira de se conversar, ter o que argumentar é lendo. Aumentando nossa visão de mundo.

Depois que conheci o livro, marco encontros periódicos com ele e se depender de mim, será assim até que não me queira mais. Não importa o quê, de onde veio, quem fez ou do que se trata, se mereceu ser feito, com certeza merece ser lido!

Viver pra mim é sinônimo de leitura, e com ela aprendemos sempre a mais e nos dá auto-estima e confiança. Perculum dicendi non recuso[3], mas garanto que será com argumentos pertinentes e convictos.

Porque um homem com um livro na mão é como um barco no mar com vento favorável.

[1] Pensar grande
[2] Visão limitada
[3] Esponho-me ao risco de falar

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