terça-feira, 6 de janeiro de 2009

"A Hegemonia Monetária"

“Proletários de todos os países, uni-vos!”

Karl Marx

Há muitos anos, a sociedade como um todo vive numa espécie de “moeda social”, como se cada pessoa representasse um determinado valor monetário, o qual definiria sua influência sobre os outros e, principalmente, se seria respeitado. Na Roma Antiga por exemplo, as relações sociais eram extremamente discriminativas (patrícios, cavaleiros, plebeus e escravos). Como também na Idade Média (senhores feudais, vassalos, mestres de corporação, oficiais e servos).


Temos, desde muito, variações de socialidade. Uma hierarquia secular. Que caminha ao lado do grande poder capitalista. É a principal visão explorada no livro “Manifesto do Partido Comunista” de Karl Marx e Friedrich Engel. O livro discute exatamente essa relação de Senhor e Servo, opressor e oprimido. Dois grandes blocos inimigos: burguesia e proletariado.


Por quê a escolha desse título? Primeiramente entrarei na definição do que vem a ser uma pessoa comunista. O Comunismo é uma ideologia e um sistema econômico que tem por objetivo a criação de uma sociedade sem classes, baseada na propriedade comum. Ou seja, parte da idéia de contradição aos anseios dos burgueses, buscando igualdade social.


O Partido Comunista é composto pelo proletariado, cidadãos mais pobres, o último da classe do povo, que são os trabalhadores. Esse movimento proletário é independente da imensa maioria, no interesse da imensa minoria. O objetivo imediato dessa classe é a formação do proletariado em classe, derrubada da dominação burguesa e a conquista do poder político pelo proletariado.


Já os burgueses pensavam de forma totalmente diferente. Eram contrários – obviamente – aos comunistas. A burguesia detinha o maior poder social e econômico. Controlava cada vez mais a dispersão dos meios de produção, da propriedade e da população. Queriam acima de qualquer custo, manter, ou até mesmo aumentar seus domínios. Para eles o proletariado não existe senão sob o aspecto de classe mais sofredora, submissa. As leis, a moral, a religião são meros preconceitos burgueses, por intermédio dos quais se camuflam outros tantos interesses burgueses.


Com a grande opressão burguesa sobre as classes “inferiores”, começou a aparecer movimentos contraditórios a essa hegemonia minoritária. Então, com os ideais já esclarecidos acima, o comunismo ficou caracterizado como uma utopia, uma ilusão momentânea que jamais será alcançada. Socialistas e Comunistas unificaram-se, com intenção de abrangência de forças na luta contra os burgueses, porém, conflitos internos fizeram com que essa união não conseguisse concretizar o seus objetivos: a queda burguesa. Por conseguinte, o Socialismo, que nada mais é do que uma fase de transição para o Comunismo, idealizou-se crítico.


Assim procedeu, porém, agora o proletariado estava mais ativo, forte e experiente o suficiente pra fazer uma verdadeira revolução, um manifesto! Para Marx, quem tem o direito e o dever de mudar a realidade do povo é exatamente “o povo”! Porque são resultado de várias relações ancestrais sociais que influenciam de forma direta em suas atitudes. Como diz Aluízio Azevedo em “O Cortiço”. O homem é totalmente dependente do meio onde vive, facilmente influenciado pela cultura vivida. Amigos, familiares e o sistema ao qual se submete.


Em nosso cotidiano isso mostrado constantemente, com conflito entre classes. Apesar das lutas, dos sacrifícios, nós somos submissos aos burgueses capitalistas que a cada dia procura tirar até mesmo de onde não tem, o capital, seu combustível de alienação. A desigualdade social é gritante nesse século XXI, vemos que para um negro ser respeitado, ou até mesmo conseguir algo, precisa ter dinheiro. Essa é a ditadura “dinheiral”, onde você só existe se possuir. Como utilizam em comercias e propagandas: compre isso, compre aquilo... o consumismo leva o trabalhador humilde a se esforçar ao máximo pra ter o que tanto dizem ser bom, o consumo. Tendo vista uma única explicação para isso: “se integrar na sociedade”.


Pois é, mesmo não querendo, somos pegos sempre por eles. Dominam. Discriminam. São os “donos da bola”. O mundo está infestado de filhotinhos de burgueses, mesmo que hoje não o são. Esse livro é bastante crítico à essa questão, recomendo-o, principalmente, àquelas pessoas que “dizem” não ser discriminadoras, opressoras. Não há restrições de idade, acho que todos devem ter acesso a essa incrível e importante leitura, autores espetaculares!

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