terça-feira, 6 de janeiro de 2009

"Penso, logo Existo" ???

Bem, estava em casa pensando e resolvi escrever sobre esse pensamento. Muitos já devem ter ouvido a frase de René Descartes, “Penso, logo Existo”. Pra mim, há certa generalização por parte de René, veja bem, ele está certo ao dizer que tudo que pensa existe, mas nem todo ser existente, pensa.

O que estou tentando mostrar é que René não está totalmente errado, muito pelo contrário, a tese leva a um pensamento lógico e verídico, mas se visto ao "pé da letra", nas entrelinhas, no global ele se equivoca. Então, deu para entender meu ponto de vista? Partindo do pressuposto de que a frase “generaliza” de mais, entendo-a como mais uma questão a se pensar e questionar. Posso está errado, sem dúvida, mas ele poderia ter feito uma restrição na frase, afinal, pedra, lápis, roupas e muitos outros objetos, existem, mas não pensam. Creio eu.

Isaac Asimov brincou com isso em seu livro "Eu, Robô", onde um robô chega à conclusão de que é mais importante do que os seres humanos, simplesmente pelo fato de ele ter desenvolvido a capacidade de pensar e, consequentemente, existir. Jugando os humanos seres inexistentes, que tinham uma missão de um tal "mestre" e que depois sumiriam. E por quê? Porque pra eles - os robôs - não pensamos. Não existimos.

Se alguém discorda de mim – e acho que sim –, comente aqui, sua opinião é de suma importância. Até porque ele era e ainda é considerado um grande filósofo.

Mecanicismo Mental

Não podemos brincar, falar o que queremos ou escolher a roupa que vamos vestir, sem a preocupação se seremos ou não criticados por isso. Somos reprimidos, violentados em nosso dia-dia brutalmente com imperativos colonizadores. “compre isso”, “compre aquilo”, e fazemos de tudo para conseguir realizá-lo, simplesmente para entrar na “moda”.

Todos, exatamente todos tem esse pensamento, inclusive um mísero trabalhador que se “mata” pra conseguir o pão de cada dia. Faz de tudo pra comprar esses produtos, conseguir se “integrar na sociedade”.

Isso acaba causando um aprisionamento na mente das pessoas, que consomem, consomem e só consomem. Segundo Vicente Barros, professor de Ciências Atmosféricas da Universidade de Buenos Aires, na Argentina, o alto consumismo vem aumentando proporcionalmente com os efeitos climáticos do planeta. Completa dizendo: “O comportamento consumista não afeta apenas o clima, mas sobretudo as relações sociais”.

Ou seja, é “matar dois coelhos com uma cajadada só”, se camuflam a qualquer custo. Não tem liberdade para serem felizes, livres! Como mostra Josiane Soares em “Sem tino”, abusando de pensamentos implícitos no texto, sem destino, sem noção de tempo, sem limitações.

Ou seja, teoricamente somos donos do nosso próprio nariz, mas na prática isso raramente se aplica. Sem percebermos estamos caindo numa armadilha capitalista aqui ou ali. Não temos liberdade de escolha. Dois bons exemplos disso são a homossexualidade e o racismo que são os dois assuntos mais discutidos e discriminados pela sociedade.

Como no texto “Fonema da Alegria” de Thiago de Melo, que a abordagem é justamente relacionada às ações das pessoas, que fingem ter aceitado as diferenças, como os dois exemplos acima. Geração de oportunistas monetários.

Explicita ainda que a sociedade é mista, na frase: “Os poucos vai unindo argila e orvalho, tristeza e pão, cambão e beija-flor, e acaba por unir a própria vida”. Resultado da miscigenação, mistura entre idiomas, etnias e afins.

Assim vamos vivendo, sob materialismo e máscaras, submetidos à mentira e farsa. Essa é a relação entre os dois textos, pensamentos que guiam a um mesmo propósito: mostrar o quanto somos medíocres e imaturos diante disso tudo. Pena que seja uma pseudo-mediocridade.

DATAMASKIN

O Datamaskin foi um evento de informática realizado pelo CEFET de Eunápolis, sob a organização dos professores e alunos da instituição, todos ligados à informática. Tivemos várias palestras, oficinas e minicursos. Visando a integração e abrangência do conhecimento na área.

Todos os eventos foram ministrados por professores locais, alunos e convidados pelo centro. Palestrantes como Eduardo Hiroshi Nakamura da Universidade de Lavras (UFLA), Glauber Rocha da Universidade São Paulo (USP), Prof. Dr. Paulo Eduardo Ambrósio da Universidade Estadual de Santa Cruz (UESC) e muitos outros concretizaram o honroso trabalho. Dentre os minicursos tivemos Programação Java para Web e GIMP/INKSCAPE. Das oficinas tiveram destaque Gerência de Projetos, Segurança de Informações, Metareciclagem e muitos outros.

O ser humano vem “evoluindo” significativamente desde a Revolução Industrial, gerada na Inglaterra. Por conta de vários fatores – sociais, econômicos e históricos – viramos cúmplices e/ou apaixonados pela tecnologia. In-felizmente ela pode desfrutada de forma benéfica por todos, desde que se tem há consciência.

Muitos devem ter se perguntado o por que da escolha desse nome para o evento. Como a ideologia era justamente soluções tecnológicas, nada melhor do que se basear no próprio. Traduzindo o nome temos Data (Dados), Maskin (Máquina), máquina de dados, que é absolutamente pertinente ao assunto.

Sou estudante do Ensino Médio Integrado em Informática, sempre tive uma queda pra esse lado tecnológico. Na verdade, ao ingressar na instituição, achava que a informática se restringia ao simples Word, Exel, Power Point...

Com o passar do tempo vi que estava equivocado, e muito! Ao contrário do que imaginava, a informática é uma imensidão de tarefas, extremamente vasta, com grandes e pequenas áreas para atuação. O Datamaskin chegou pra reforçar ainda mais essa idéia e, consequentemente minha sede por esse mundo tecnológico.

Pra mim, foi um evento de suma importância tanto pra quem e gostava como pra quem ainda estava em dúvida do que queria. Considero a informática uma das maiores e melhores criações do homem. Por isso meu grande ídolo é e sempre será meu amigo Bill Gates. O “Pai do Computador”.

Espero que seja valorizado e que haja um enfoque maior nas próximas edições do Datamaskin. Tanto pelos servidores da própria instituição quanto por professores de outras áreas e ainda a comunidade em geral, não só de Eunápolis, mas de também de toda Região circunvizinha.

Meu sonho, que já estava à falência, voltou à ativa. A ânsia em descobrir sempre mais está à “flor da pele”! Correrei atrás até o último minuto a fim de aproveitar e repassar essa proeza que é – literalmente falando – a tecnologia.

Recomendo – aos que gostam – que vão a fundo na questão, pois é uma coisa que ao mesmo tempo pode ser divertida ou séria. Vamos fazer a “banda tocar” e prosseguir firme com esse grande e importantíssimo evento anualmente. Uma ação – de certa forma – de Inclusão Digital.

Acho que da mesma forma que me abriu os olhos pode, sem dúvida alguma, encontrar implícito por aí, muitos talentos e promessas futuras.

Enclausuramento Emocional

O ser humano tem um poder incrível para manipular suas ações e principalmente da totalidade humana. Do ponto de vista tanto positivo como negativo, a ponto de rebaixar ou subestimar qualquer um. Essa relação também – e quase sempre – é vista nas formas de “amar” das pessoas.

O amor virou sinônimo de “pegação” para os homens, e calote para as mulheres. Isso é bastante explícito no poema “Aí! Se Sêsse!” de Zé da Luz, que explora a linguagem coloquial regional, criticando o preconceito que se tem do Nordeste, cuja linguagem – para muitos – é demasiada errônea.


Nesse poema o autor quer demonstrar que para se amar, a linguagem formal é relevante. Leva-se em conta a expressão que se usa para passar a mensagem, e quem está a falar. E claro, o que se quer transmitir. Mostra que o amor não tem distinções de raça ou nacionalidade, apenas que se saiba praticá-lo.

Zé da Luz utiliza dessa linguagem com bastante emoção e prazer, mostrando ser bastante importante essa questão. Como se essa fosse a única coisa de valioso que temos, uma pessoa que te entenda. Te valorize, e corresponda a esse amor verdadeiramente.


Mas não é o que parece existir, ama-se pelo que supõem dos outros, pelo que tem ou acham ter. É o famoso e global interesse. Pois é, o capitalismo a cada dia que passa, tenta ser passado de forma camuflada pelos políticos e fisga milhares de pessoas por aí. Que parecem crianças imaturas que não sabem o que estão fazendo. Equivocam-se!


É claro que em meio a isso tudo, podemos encontrar aqui ou ali um pouquinho de bondade, ainda se vê – claro que dificilmente – amores verdadeiros –, porém o peso está em novelas, que infelizmente não passa de pura ficção.

Cada um tem livre arbítrio para escolher o que fazer e com quem fazer, podendo chegar ao ponto de um desnorteio significativo. Como diz Josiane Soares em “Poema Bobo”: “Sendo você, palco; quero ser artista”. Ou seja, submete-se aos gostos e prazeres do outro em busca de uma compatibilidade sentimental. Como o próprio nome já diz, a sintonia que o amor transmite leva à "bobicidade", fazendo de tudo para que o relacionamento dê certo.

Quanto não se ama, exagera! Como o caso da garota Eloah, vítima de crime passional. É claro que não é a única, existem milhares de “Eloahs” pelo mundo.


Devemos amar acima de tudo, porque o amor purifica a alma e abre horizontes, não há coisa melhor nesse mundo – pra efeito físico-psicológico – que amar. Por isso ame, ame sem olhar pra trás! Ame conscientemente.

"A Hegemonia Monetária"

“Proletários de todos os países, uni-vos!”

Karl Marx

Há muitos anos, a sociedade como um todo vive numa espécie de “moeda social”, como se cada pessoa representasse um determinado valor monetário, o qual definiria sua influência sobre os outros e, principalmente, se seria respeitado. Na Roma Antiga por exemplo, as relações sociais eram extremamente discriminativas (patrícios, cavaleiros, plebeus e escravos). Como também na Idade Média (senhores feudais, vassalos, mestres de corporação, oficiais e servos).


Temos, desde muito, variações de socialidade. Uma hierarquia secular. Que caminha ao lado do grande poder capitalista. É a principal visão explorada no livro “Manifesto do Partido Comunista” de Karl Marx e Friedrich Engel. O livro discute exatamente essa relação de Senhor e Servo, opressor e oprimido. Dois grandes blocos inimigos: burguesia e proletariado.


Por quê a escolha desse título? Primeiramente entrarei na definição do que vem a ser uma pessoa comunista. O Comunismo é uma ideologia e um sistema econômico que tem por objetivo a criação de uma sociedade sem classes, baseada na propriedade comum. Ou seja, parte da idéia de contradição aos anseios dos burgueses, buscando igualdade social.


O Partido Comunista é composto pelo proletariado, cidadãos mais pobres, o último da classe do povo, que são os trabalhadores. Esse movimento proletário é independente da imensa maioria, no interesse da imensa minoria. O objetivo imediato dessa classe é a formação do proletariado em classe, derrubada da dominação burguesa e a conquista do poder político pelo proletariado.


Já os burgueses pensavam de forma totalmente diferente. Eram contrários – obviamente – aos comunistas. A burguesia detinha o maior poder social e econômico. Controlava cada vez mais a dispersão dos meios de produção, da propriedade e da população. Queriam acima de qualquer custo, manter, ou até mesmo aumentar seus domínios. Para eles o proletariado não existe senão sob o aspecto de classe mais sofredora, submissa. As leis, a moral, a religião são meros preconceitos burgueses, por intermédio dos quais se camuflam outros tantos interesses burgueses.


Com a grande opressão burguesa sobre as classes “inferiores”, começou a aparecer movimentos contraditórios a essa hegemonia minoritária. Então, com os ideais já esclarecidos acima, o comunismo ficou caracterizado como uma utopia, uma ilusão momentânea que jamais será alcançada. Socialistas e Comunistas unificaram-se, com intenção de abrangência de forças na luta contra os burgueses, porém, conflitos internos fizeram com que essa união não conseguisse concretizar o seus objetivos: a queda burguesa. Por conseguinte, o Socialismo, que nada mais é do que uma fase de transição para o Comunismo, idealizou-se crítico.


Assim procedeu, porém, agora o proletariado estava mais ativo, forte e experiente o suficiente pra fazer uma verdadeira revolução, um manifesto! Para Marx, quem tem o direito e o dever de mudar a realidade do povo é exatamente “o povo”! Porque são resultado de várias relações ancestrais sociais que influenciam de forma direta em suas atitudes. Como diz Aluízio Azevedo em “O Cortiço”. O homem é totalmente dependente do meio onde vive, facilmente influenciado pela cultura vivida. Amigos, familiares e o sistema ao qual se submete.


Em nosso cotidiano isso mostrado constantemente, com conflito entre classes. Apesar das lutas, dos sacrifícios, nós somos submissos aos burgueses capitalistas que a cada dia procura tirar até mesmo de onde não tem, o capital, seu combustível de alienação. A desigualdade social é gritante nesse século XXI, vemos que para um negro ser respeitado, ou até mesmo conseguir algo, precisa ter dinheiro. Essa é a ditadura “dinheiral”, onde você só existe se possuir. Como utilizam em comercias e propagandas: compre isso, compre aquilo... o consumismo leva o trabalhador humilde a se esforçar ao máximo pra ter o que tanto dizem ser bom, o consumo. Tendo vista uma única explicação para isso: “se integrar na sociedade”.


Pois é, mesmo não querendo, somos pegos sempre por eles. Dominam. Discriminam. São os “donos da bola”. O mundo está infestado de filhotinhos de burgueses, mesmo que hoje não o são. Esse livro é bastante crítico à essa questão, recomendo-o, principalmente, àquelas pessoas que “dizem” não ser discriminadoras, opressoras. Não há restrições de idade, acho que todos devem ter acesso a essa incrível e importante leitura, autores espetaculares!

Protecionismo Visual

Vivemos numa sociedade onde nossas ações são totalmente influenciadas pelo meio onde vivemos, nossas companhias, e principalmente, nossa família. Constantemente vemos em nosso dia-dia nos mais variados lugares que vamos: “sorria! você está sendo filmado”. Ficamos com a impressão de não está à vontade, com a liberdade roubada.


Por quê será que se sente tanto a necessidade de utilização dessas câmeras que – teoricamente – intencionam a promoção de nossa segurança? Precisamos realmente? O que fazemos para mudar isso? São questões facilmente de serem respondidas, é óbvio que por trás existem vários fatores que levaram a essa “segurança a qualquer custo”.


Como praticamente tudo, há o lado bom e ruim da coisa. Existem uma variedade de programas de TV que utilizam essa façanha pra ganhar audiência e dinheiro, e por incrível que pareça, conseguem. Como o “Big Brother Brasil”,”Retrato Falado”, “Aconteceu Comigo”, “Troca de Família” e outros milhares aí existentes.


Algumas pessoas não gostam de ser vigiadas, em contrapartida, colocam em msn e orkut informações extremamente pessoais, como endereço, estado civil. Ou seja, é mais uma plantação capitalista. O “prazer” de ser conhecido, os “cinco minutos de fama”, ou “cada minuto é um flash”. Em torno disso gera uma polêmica gigantesca quando utilizada – se for esse o termo – de forma ilegal.


A vida vai passando e cada vez mais somos vigiados. Violência. Privacidade. Segurança. Absolutamente tudo está vinculado ao “monitorar”. Podemos citar ainda casos que foram mostrados pela imprensa com bastante enfoque, causando em nossa sociedade alienada um choque, um ar de misericórdia – confesso que quase caí na cilada! Quem não se lembra da menina Isabella Nardoni que foi jogada do sexto andar do prédio onde morava? E da garota Eloah Pimentel, vítima de crime passional. E a Daniele Cicareli com o namorado na praia da Espanha? Eles apresentam como se fosse o único que aconteceu, cadê que mostram o sofrimento africano, que pra mim é um continente em extinçao!


Somos vistoriados vinte e quatro horas por dia. Muitas pessoas sabem com quem você conversou durante o ano. Com quem anda e até mesmo sua orientação sexual. É possível que saibam também a lista das mercadorias que você comprou e as músicas que ouviu. Como diz o pesquisador americano Gary Settles da Penn State Research Foundation: “Resumos de personalidade, do tipo que dá o perfil de um consumidor, dominam nossas vidas em aspectos muito importantes.”


Para ele, as pessoas no mundo real são contraditórias, desordenadas e complexas. De forma contraditória. Ele cita um caso de 1950, quando o governo americano, depois de reunir uma série de dados sobre o professor de chinês Owen Lattimore, chegou à conclusão de que ele era o principal espião soviético nos Estados Unidos. O caso só terminou cinco anos depois, quando o acusado foi inocentado por falta de provas. Essa é a cara da humanidade. Somos todos, literalmente falando, um Owen Lattimores.

Política ou Politicagem?

“O homem é um animal político”

Aristóteles

Quando ouvimos a palavra “política”, vêm logo em nossa cabeça uma infinidade de definições – estelionato, latrocínio... –, as quais incidem diretamente na vida de todo cidadão. Mas ao contrário do que todos – inclusive eu – pensam, política não emerge pra esse lado, muito pelo contrário. E então, será realmente que existe alguma diferença entre política e politicagem? É o que veremos.

Antes de entrar em detalhes no assunto, darei a definição do nosso velho e bom amigo dicionário, que diz o seguinte:
Política é arte ou ciência da organização, direção e administração de nações ou Estados. Aplicação desta arte aos negócios internos da nação (política interna) ou aos negócios externos (política externa). Já Politicagem é a política de interesses pessoais, de troca de favores, ou de realizações insignificantes.

Podemos ver então que há uma expressa diferença entre essas duas palavras. Tanto na escrita como principalmente na prática. A política está diretamente ligada à forma como um administrador – Prefeito, Presidente, ou qualquer outro – dirige seu Estado-Nação. Como saúde, educação, lazer, inclusões sociais e outras atividades obrigatórias a um “político”. Podemos dizer então que a política é o lado bom da coisa. É o ideal de uma boa administração.

Na politicagem vemos exatamente o contrário, é a utilização banalizada e grotesca da política, ou seja, utiliza-se dos meios legais e naturais para própria satisfação, sendo que a política é estritamente direcionada aos cidadãos, que por normalidade deveriam participar ativamente – não só das eleições, onde todos se esculacham pra ganhar, sendo capazes de fazer tudo pela vitória – mas também no término das eleições, com sugestões, críticas e até mesmo em vigorar no monitoramento de seus representantes – que é a principal função de um eleitor.

Para Hannah Arendt que é considerada uma das maiores pensadoras desde séculos com seu trabalho sobre as Origens do Totalitarismo. "O sentido da política é a liberdade". Segundo ela, a idéia de política e de coisa pública surge pela primeira vez na polis grega considerada o berço da democracia. O conceito de política que conhecemos nasceu na cidade grega de Atenas e está intimamente ligado à idéia de liberdade que para o grego era a própria razão de viver. Então a política nasceu para nos manter vivos, manter a ordem e promover prazer à vida do cidadão, em conformidade com seus deveres e principalmente seus direitos.

Particularmente, acho independente de quem esteja sendo candidato, há sempre por trás de sua política de promessas e soluções um montão de politicagem. Estão todos infectados com o vírus do capitalismo, do dinheiro a todo custo e da preocupação em suma com o próprio umbigo. Julgando ser democrático o que já nascera – ou virara – monárquico. Políticos que ficam em cima do muro, não sabem onde se manter. Se apóiam uns, estão de olho em outros. É uma roubalheira instantânea. Um exemplo disso é o relato de um professor que participava, como membro, de reuniões constantes entre eleitores: “Tem partido que num mesmo dia, já fez parte de três bases de coligação. Era neutro, foi pra oposição e situação. São tantas reuniões que a gente até se perde”.

Não dá pra acreditar em mais nada hoje em dia. Mas o pensamento é: Por que isso acontece? Quem é o verdadeiro culpado por isso? Somos nós eleitores? São os candidatos que não possuem calão para estar onde estão? Não é difícil perceber que tudo que está à nossa volta é resultado de nossas ações, ou seja, se colocamos o candidato “x” no poder, o nosso dever – se ele ganhar – é fazer com que ele veja que estamos interessados em saber se o que ele está fazendo é pertinente ao prometido no processo.

Assim ele perceberá que não está lidando com imaturos que não sabem nem pra quê o elegeram. O que com certeza não podemos fazer ao passar o ato de votar é baixar a cabeça e deixar que a “banda toque” naturalmente. Infelizmente é que acontece constantemente. Não vistoriamos, não participamos de reuniões pra saber como andam nossos “políticos”, se estão praticando a verdadeira e pura política ou estão nos enganando.

Também não adianta dizer que política não vale nada, e que a odeia. Referente a essa conclusão popular, o historiador inglês Arnold Toynbee conclui: “O maior castigo pra quem não gosta de política, é ser governado pelos que gostam”. É o que já esclareci acima, votar sem consciência, sem convicção do que está fazendo não é saber o seu papel, é dizer-se que está ali pra nada, que seu voto não influenciará em nada no resultado. É auto exclusão. Negligência e burrice.

Tenho dezesseis anos de idade, e no ano corrente pratiquei um ato que pra mim foi marcante: minha primeira votação. Minha primeira oportunidade de definir o futuro de minha cidade. E ao contrário do que pensava, não é realmente um mar de rosas. Era político comprando voto na porta dos colégios eleitorais, boca de urna e coisas do tipo. Uma verdadeira banalização e negação de um poder que nos é dado – dependendo da localidade e da eleição – a cada quatro anos.

Os parágrafos anteriores referentes ao descaso do eleitor na ideologia de votação resumem-se em “Analfabetos Políticos”. Que Aristóteles já apregoava na Grécia Antiga: “Um animal político”. Como retrata também Bertolt Brecht: “O pior analfabeto é o analfabeto político. Ele não ouve, não fala, nem participa dos acontecimentos políticos. Ele não sabe que o custo de vida, o preço do feijão, do peixe, da farinha, do aluguel, do sapato e do remédio dependem das decisões políticas. O analfabeto político é tão burro que se orgulha e estufa o peito dizendo que odeia a política. Não sabe o imbecil que da sua ignorância política nasce à prostituta, o menor abandonado e o pior de todos os bandidos que é o político vigarista, pilantra, o corrupto e lacaio dos exploradores do povo”.

Deu pra entender caro leitor, nós definimos o que irá acontecer conosco, com nossos filhos, nossos netos... Não podemos simplesmente votar, e sim VOTAR conscientemente. Se trabalharemos, se ficaremos seguros ao colocar uma sacolinha de lixo na porta de casa. Se pessoas de classe média baixa terão ou não acesso à boa qualidade de educação, ou até mesmo a gente, depende unicamente de nós. Porque os capitalistas alienistas então à solta, pronto pra agarrar mais um. Mais um “animal político”.

Depois acordamos – ou não –, sei que criticamos, julgamos. Sem saber que nós fomos responsáveis pelas conseqüências. A Professora graduada em História com extensão em pesquisa, escritora, poeta e Web máster premiada pela UNESCO critica de forma plausível a questão, jogando com as palavras: “Onde está o ideal? Cadê o pensamento em benefício do bem comum? Só vejo ANALFABETOS POLÍTICOS querendo exercer a POLITICAGEM através da POLÍTICA”. Por que será que candidatos que sabem que não serão eleitos são candidatos?

Minhas Póstumas Lembranças

Meu nome é Donizete. Tenho 31 anos e vou contar a vocês toda a história da minha vida, a qual não pude ter a proeza de concluir. Morava na Rua dos Gansos número 119, sempre tive uma vida corrida.

Tinha um caso com um mísero comerciante que trabalhava próximo à minha casa, de nome Roberto. Encantei-me por ele, rapaz alto, robusto, cabelos longos e estatura forte como o tronco de uma árvore que dá frutos.

Passado algum tempo, Roberto começou a freqüentar minha casa, daí pra frente já estávamos totalmente íntimos um ao outro. Ele, todo carinhoso, sempre chegava me abraçando, dando-me beijos gelados que arrepiavam a alma. Trabalhava das seis da manhã às seis da tarde. Ficava aflita, louca pra que as horas passassem rápido. A fim de encontrá-lo novamente, mas parecia que o tempo estava contra mim.

Ficamos assim durante muitos meses, chegamos a completar um ano e meio de união. Mas minha vida começou a mudar quando viera morar ao lado de minha casa uma família de nômades, que encontrara ali mais uma de suas moradas. Via-se uma mulher, um homem, aparentemente casados, e mais algumas crianças, supostos filhos.

Fomos visitados pela nova vizinhança, demos boas vindas a eles e mostraram ser boa gente. Porém, algo a mais aconteceu, acontecimento este que fizera com que Roberto me convocasse para uma conversa após o término da visita. Ocorreu que, no momento em que dialogávamos todos assentados na sala, a criança, filha do casal, solicitou-me um copo d’água. Que fui buscar com ímpeto. A criança – como todas – seguiu-me até a cozinha. Ao se satisfazer com o líquido, perguntei-lhe se queria algo pra comer, e sem que eu entendesse, chamou seu pai para que a autorizasse a proposta.

Atendendo ao chamado seu pai não exitou em vir à cozinha atender. Ao chegar, fitou-me os olhos, como se ainda não me tivesse visto. Era um olhar diferente. Eu estava encostada à porta da geladeira e à minha direita encontrava-se um quarto inutilizado, no qual ingressei para disfarçar. A criança sem dizer palavra – apesar de não ter percebido nada –, regressou à sala sorridente. Ao ouvir suas pegadas, achei que seu pai a havia acompanhado. Dei de sair do obscuro quarto.

Quando pensei em colocar meus pés na porta, ele apareceu, tampou-me a única forma de fugir dali, empurrou-me pra dentro e apertando-me na parede, prostrou seus lábios sobre o meu, acariciando-me as pernas. Tentei sair, mas ele era forte, foi então que pisei em seu pé, ele largou-me e disse que voltaria. Para não provocar constrangimento, tentei ficar quieta e sair dali sem que ninguém percebesse nada, mas Roberto acabava de chegar à cozinha e por azar meu, nos vira sair do mausoléu. Saí disfarçando, Roberto voltou à sala conosco, mas resoluto, pensativo e de feição modificada.

Foram todos embora e, após fechar a porta, veio logo pra cima de mim com toda brutalidade de um touro que tenta derrubar o peão em suas costas. Sem falar nada, sem dar explicação para aquela ação, chutava, xingava, amaldiçoava e deu-me um soco na cara, com o qual fiquei em estado de síncope. Quando dei por mim estava caída no chão. Nariz sangrando. Membros arranhados. E sozinha. Eu estava sozinha.

Fiquei o dia inteiro pensativa, triste. Aquele não era o Roberto que conheci. E como se nada tivesse acontecido, ele voltou do efetivo, chegou em casa e deu-me um abraço, fiquei abismada. Como uma pessoa podia fazer aquilo após quase ter matado outra. Como o considerava muito, conversamos, ele me explicou e tudo ficou passado. Fizemos as pazes.

Depois daquele dia ficou com uma pulga atrás da orelha. Mais agressivo em suas falas, totalmente mudado. Sua modificação foi tanta que às vezes chegava e nem comigo falava.
Desconfiei e o chamei para conversar:
– Roberto, o que está acontecendo com a gente?
– Não sei.
– Você diz simplesmente “não sei”?! Desde nossa última conversa você não é mais o mesmo.
– Estou cansado, com sono, e você me vem com esse papo agora? Vou dormir.

Fazendo o que dissera, foi-se. Fiquei chorosa onde estava, acabei dormindo ali mesmo. Quando acordei tive a idéia de segui-lo depois das cinco e meia, antes que terminasse seu horário de pico. Fiquei de espreita na esquina, atrás de uma árvore, donde não poderiam me ver. O relógio marcou seis horas. Ele saiu. Não exitei e o segui sem que me visse. Seguiu no caminho correto de casa, sem olhar pra traz, passos curtos e calmos.

Ao chegar numa rua de três saídas, entrara em uma delas, porém não a de costume – do caminho de casa –, continuou a andar, agora apreensivo, apressado. Antes que a rua acabasse, entrou numa casa rosa situada do lado direito da rua, sem chamar. Corri. Havia uma janela que permanecia aberta, facilitando minha visão. Quando minhas vistas alcançaram o interior da casa, concretizei o que intimamente imaginava. Estava ele aos braços de outra!

Fiquei abismada, desnorteada diante daquela cena. Mas logo tornei a mim e corri louca adentrando a casa. Olharam-me pasmados, ela, sem entender o que acontecia, não disse palavra.
Ele logo me reconheceu:
– Donizete! O que faz aqui?
– Eu que lhe pergunto safado! Como tem coragem?!
A mulher ao seu lado sem entender pergunta:
– O que está acontecendo? Quem é essa louca?
– Ah! Você não disse a ela que é comprometido?

Ele, despedindo-se da outra, puxou-me pelo braço indo em direção à rua. Jogou-me pra fora da casa, caí, chorando, odiando-o. Ele levantou-me e pegando em meus cabelos arrastou-me pra casa. Sem piedade. Como um saco de lixo pesado prestes a ser jogado fora, os transeuntes que presenciavam o fato não podiam fazer nada. Afinal, éramos “marido e mulher”. Chegando em casa repetiu o feito. Deu-me uma tremenda surra. Agora com mais raiva em seu interior.

– Sua vadia! Achas que podes fazer isso? Seguiu-me!
– Não, não chuta!
– Merece muito mais! Além de pobre, negra e ainda por cima mulher! Quer vir reclamar direitos, acha que vão dar-lhes ouvidos?

E assim fez, durante exatos trinta minutos de espancamento. Xingou-me mais! Discriminou-me com todo orgulho e frieza de um político que engana seus eleitores. Foi embora me deixando lá, prostrada no chão, toda ensangüentada.

Fui para o hospital, trataram-me, e como sempre, não fizeram nada com ele. Era normal casos assim. Saí, segui minha vida afastada dele. Mudei de residência. Dias depois fiquei sabendo que me procurava como um filho que anseia em encontrar sua mãe. Sabendo disso tentei ao máximo não me expor. Conheci pessoas novas e, principalmente, um amor novo. Chamava-se Getúlio. Certa vez estava com ele a elogiar as belezas da vida, numa noite de lua cheia.

Ele abraçou-me pela cintura. Beijando meu pescoço, aquele comportamento me lembrou alguém... Mas foi passageiro. Continuou. O local não era visitado e estava quase que totalmente escuro. Vendo que eu já estava às loucuras de excitação, começou a tirar minha blusa, fez o mesmo com o resto da vestimenta. Fiquei com as partes à mostra, e com sua língua, lambeu-me os mamilos vagarosamente. Tirei sua camisa. Enquanto isso suas grandes e macias mãos corriam-me as pernas. Quando dei por mim, já estava de costas pra ele e com a cabeça a altura de sua barriga. Ele fazia movimentos harmoniosos e tesos. Sentia como se tivesse em outro mundo. E inopinadamente, uma sombra atravessou correndo.
Paramos e ficamos a observar, quando surgiu em nossa frente, Roberto.
– O que é isso?
– Saia daqui Roberto, não estamos mais juntos.
– Se não ficas comigo, não ficas com ninguém!

Após dizer isso, Roberto correu em minha direção, e deu-me uma pesada! Fazendo com que eu batesse bruscamente com a cabeça numa pedra que se encontrava atrás de nós. O sangue correu pela valeta que ali existia. Getúlio, ao ver o ocorrido, avançou em direção a Roberto, mas sem sucesso. Ele já havia fugido.

Foi novamente pro hospital, levada por Getúlio, onde a triste notícia foi anunciada a todos: a morte de Donizete. Conseqüência da velocidade a qual caíra e dera fim a seus dias de vida. Roberto, ao saber do homicídio que cometera, apenas entristeceu-se, mas sentiu um alívio, ao concluir que ela não se relacionaria mais com ninguém. Morrera Donizete. Morrera mais uma mulher. Uma mulher negra.

Morri. Certo. Não tive filhos. Na verdade sempre fui morta. Fomos mortas. Éramos mortas. Nunca tivemos o prazer – se é que se pode chamar isso de prazer – de ter uma vida. Com família. Filhos, e, um “marido”. Sim, um marido, e não um assassino!

Direito de Resposta

Olá pessoal, venho em resposta à várias críticas que me foram feitas após ter lançado aqui a postagem abaixo referente à homossexualidade. Sou heterossexual e praticamente fui violentado verbalmente com comentários do tipo “você é gay”, “como você tem coragem de colocar uma frase dessa como título de sua postagem, isso não é atitude de homem!”. Infelizmente nossa sociedade vive ainda na “idade antiga”, não sabem que dentro de cada um, independente de cor ou origem há sempre “eus”.

Um exemplo disso é nosso comportamento perante as pessoas. Diante de seus pais ou mais respeitados por você, a forma dirigida a eles sem dúvida alguma é totalmente diferente à qual você demonstra com seus colegas ou desconhecidos, ou seja, para cada situação, há sempre um comportamento.

Então, particularmente considero que não existe pessoa sonsa, “santa”, ou qualquer outro nome que se possa dar. Existem sim, aquelas que sabem – ou não – se portar nas mais diversas situações de suas vidas. E se você acha que um simples comentário como este escrito por mim na postagem vai definir ou influenciar minha opção sexual, sinto dizer-lhe que não modificarei e muito menos apagarei a postagem, muito pelo contrário, irei fundo na questão. Não por ser homossexual, mas sim por achar que assim como você, qualquer um tem livre arbítrio pra escolher o que fazer de sua vida, livre de religiões, culturas ou hierarquias. Obrigado.

Desperte sua Homossexualidade... Ou respeite a dos Outros!


Imagem exibida pelas autoridades de Recife/PE , após anunciar, em parceria com o Instituto Latino Americano das Nações Unidas, a capacitação da Guarda Municipal para combate à homofobia. Uma prática fútil e preconceituosa da maioria das pessoas, que quando convivem em situaçoes como essa: a presença de um homossexual na familia ou na amizade de seus intimos amigos, setem-se agredidas pela sociedade, que discriminam a questão.

"Caso Robério"


É pessoal, foi realizado no CEFET-BA Unidade de Eunápolis um debate com todos os 4 candidatos a prefeitura do município, só que fomos supreendidos com a falta do nosso atual representante: Robério Batista de Oliveira, é isso mesmo, faltou ao debate e foi muito questionado tanto pelos próprios adversários como também pelos alunos da unidade - como eu -, infelizmente essa é uma realidade que a massa não pode vivenciar, uma atitude grotesta e negligente da parte do nosso prefeito! estou decepcionado, admito.
Ao contrário do que ele possa ter pensado, sujou e muito sua imagem perante à população e demonstrou covardia ao tratar do assunto que é mais importante nesse momento pra nós eleitores: a palavra do candidato. Então prefeito, concluo que dessa vez não posso tirar o chapéu pra você. Sua imagem agora fica como "palavra vazia" ou "cadeira vazia"?
E em relação à carta enviada ao CEFET, não me convenceu. Acho que exatamente por isso é que o senhor, prefeito, deveria estar lá, sua presença "era" imprescindível.

O “Amores”, Minhas Leituras

Amor é um sentimento que temos ao desejar algo ou alguém. Existem diversas formas de amor: amor físico, amor platônico, amor materno, amor a Deus, amor a vida...

O amor predominante no século XXI é o do Eros, aquele cuja atração sexual está à tona, sexo. O lema é só “ficar”. Ouvimos constantemente “te amo”, “te amo”, de boca pra fora. Já viram quantas comunidades do orkut diz eu te amo? As pessoas estão perdendo o sentido do amor, que não é considerado mais como uma hegemonia global.

O casamento é praticamente tratado como uma “brincadeira”, ao mesmo tempo que casam, separam sem o menor receio. Se durar 7 (sete) anos já é uma glória.

O psicólogo Ailton Amélio, fundador e coordenador do Centro de Estudos da Timidez e do Amor, do Instituto de Psicologia da USP (Universidade de São Paulo) fortalece a idéia: “ O que acontece atualmente é que houve a liberação e uma complicação nessa seqüência amorosa. A paquera continua universal e o noivado quase não se usa mais”, explica Amélio, “O casamento perdeu as forças e não é mais considerado eterno. A religião e as leis facilitaram a entrada e a saída de um casamento. Antes, descasar era considerado um pecado e era muito longo o processo de divórcio”, afirma.

Têm-se uma idéia de que o homem vê o amor no sexo – Faire I’amour
[1] –, um equívoco machista de que um másculo não pode ser romântico, delicado e gentil. Já nas mulheres vê um ser “amador material”, que não ama a pessoa pelo que é. Seu cheiro, seus costumes, sua voz e sim bens materiais. Esses são um dos reflexos alienistas do capitalismo. O amor do auto-interesse.

Dentro dessa confusão de afetos temos o “Amor permitido”. Aquele onde a pessoa é determinada, sente que algo a mais está acontecendo com ela. Por que você me ama? Porque você permitiu. Essa é a resposta mais adequada a essa pergunta. Se você próprio não se dá o valor, não se ama, fica difícil aceitar o amor de alguém. Só existe amor inter-pessoal – entre pessoas – se ambas permitirem.

Os maiores pensadores do mundo são de origem grega, eles deram vários nomes para o amor: dilectio, charitas, bem como Eros – como já foi citado – quando se refere ao amor personificado numa deidade.

O mais importante discípulo de Sócrates. Platão, por sua influência criou-se o amor platônico, que é uma expressão usada para designar um amor ideal, alheio a interesses ou gozos. Um sentimento popular pode ser o de um amor impossível de se realizar, um amor perfeito, puro, casto.

A noção de amor é central no pensamento platônico. Em seus diálogos, Sócrates dizia que o amor era a única coisa que ele podia entender e falar com conhecimento de causa. Platão comparava-o a uma caçada – no sentido de conhecer – e distinguia três tipos de amor: o amor terreno, do corpo; o amor da alma, celestial – que leva ao conhecimento e o produz –; e o outro que é a mistura dos dois.

Em todo caso o amor, em Platão, é o desejo por algo que não se possui, não existe, abstrato.

O amor é invariável, involuntário, a não ser se tivermos a sua procura. Disponho aqui as várias maneiras de se amar, visando a identificação, caro leitor, do amor que você sente – se é que você já o possui –. Todos em grego.

Aquele amor que é jogado como uma brincadeira é definido como Ludus, ou lúdico. Ao contrário do que as pessoas pensam, amante é aquele quem aquele que está amando, que é gosta, é definido e afeiçoado. Mania é o amor altamente emocional, instável; o estereótipo do amor romântico, uma obsessão. Já Psiquê é o do sentimento mais espiritual, verdadeiro e profundo.

O Pragma é a prática do amor, que visualiza apenas o momento e a necessidade temporária, quem pratica esse tipo de amor é uma pessoa forte, observadora, que investiga e só investe nele depois de ter certeza que será permitida.

Storge é o tipo de amor que valoriza a confiança mútua, o entrosamento e os projetos compartilhados. Plúlia é a dedicação ao parceiro. Vem sempre antes do próprio interesse. Entrega-se totalmente à relação e não se importa em abrir mão de certas vontades para a satisfação do ser amado.

A visão convencional da Biologia é que existem duas grandes vertentes do amor – atração sexual e penhora. Restringe-se ao amor entre homem e mulher, contrariando as sexualidades de cada ser, como a homossexualidade. A Psicologia ver o amor como sendo uma combinação de compromisso amoroso, excitação fisiológica, na qual as pessoas chegam a sentir falta de ar e aceleração dos batimentos cardíacos.

É importante frisar que o amor não se restringe apenas ao homem e a mulher – dois sexos predefinidos –, e sim a um imenso universo de seres que entram em sintonia.

Todos carecem de amor e querem reconhecer esse sentimento em si nos outros, não importando idade, formação ou sexo. O amor é essencial para nossas vidas como o ar, e é notoriamente reconhecido que sem amor a criatura não sobrevive conquanto o amor equilibra e traz a paz de espírito quando necessário.
[1] Fazer amor

Preconceito ou Notícia?

Nessa edição da revista Época, foi entrevistado o casal do exército brasileiro Fernando de Alcântara Figueiredo (frente) e Laci Marinho de Araújo (trás), que assumiram publicamente sua relação homossexual.
A emissora de televisão do mesmo grupo editorial da revista barra beijos entre pessoas do mesmo sexo, mas se contradiz discutindo no impresso o que tenta esconder, ou faz caricato, na televisão. Tem-se a homossexualidade e a homossexualidade no exército. “Dois pesos, duas medidas”.
É uma questão para ser discutida, porque carrega uma dúvida quando realizamos uma leitura intelectual da capa. Será que essa é simplesmente mais uma notícia ou puro preconceito? Depois da entrevista, Laci abandonou o comando do exército, sendo posteriormente acusado pelo crime de deserção, o que é considerado o maior dos crimes na companhia, podendo – a depender da gravidade – ser condenado à prisão, o que aconteceu com o sargento.
Em torno dessa notícia publicada pela revista gerou uma grande polêmica, pois o exército prendeu-o com a alegação dada acima – abandono –, deixando dúvidas a quem chegou ao conhecimento do caso. Ele foi preso realmente por ter deixado a base por mais de oito dias ou pelo fato de ter uma ligação “diferente” com outro sargento?
Na reportagem à revista Época, o casal revela que “para um gay as Forças Aramadas são um paraíso”, comentaram ainda se “existe coisa melhor para um homossexual do que tomar banho com um monte de homem pelado e sarado?” e afirmaram: “Nós somos um casal e mantemos uma relação estável há mais de dez anos”.
Dá pra se perceber que esse fato ajudou para que o prendessem, foi como se tirassem a moral da corporação, rebaixando-a. Intensificando ainda com a fala de Laci: “O que eu tenho pra dizer à população brasileira, é que se é pecado ser gay no exército brasileiro, então eles podem fechar as portas porque praticamente todos estarão condenados”.
É difícil entender essa atitude tomada pelo exército, porque Laci afirmou que sua falta não era por negligência, e sim por questões de saúde, chegando, na sua volta, a apresentar argumentos convincentes e verídicos, é tanto que hoje, depois da comprovação de sua ausência, está em observação – preso – no hospital do próprio exército, devido negociações do seu advogado.
Em 2008, ano em que são comemorados trinta anos do movimento gay, tudo o que os homossexuais pedem, além daquilo que a sociedade como um todo pede também – amor, paz, saúde, entre outros – são direitos iguais. Direitos civis básicos que os homossexuais brasileiros sentem que ainda estão longe de estarem garantidos pelo Estado, apesar de ter evoluído em alguns aspectos.

O País do Carnaval

O livro “O País do Carnaval” de Jorge Amado é um romance de bastante valia para a literatura brasileira. Apresenta profusão de peripécias, intrigas e aventuras. Caracterizada por suas personagens marcantes.

O nome dos personagens é entendido como de pessoas de classe média, pela formulação composta e as ações decorrentes no romance. Pela maneira exposta pelo autor, podemos ver a presença do protagonista, Paulo Rigger. Chegando do exterior ao Brasil, que há muito não visitava. Sobre ele seguiam as principais ações dinamizadoras do enredo, a quem o texto dedica maior pormenorização de atitudes e emoções.

Como antagonista aparece Pero Ticiano. Suas atitudes provocam o surgimento de conflitos, cuja superação conduz às transformações. E os outros amigos são personagens secundários. Viviam a discutir a questão da felicidade e a finalidade da vida.

Pedro Ticiano não cria em nada, vivia por viver. Dizia que a verdadeira felicidade estava no fim dos dias de cada um – morte –. Paulo Rigger estava sempre aberto a opiniões e não tinha uma posição concreta, sempre indeciso. José Lopes na literatura e os outros sempre em questionamentos.

A história no início transcorre no Rio de Janeiro, em meio ao carnaval, posteriormente em Salvador. O narrador, nas poucas vezes que interfere no desenvolvimento é onisciente, dispõe de todos os elementos que considera necessários à compreensão da narrativa, sem qualquer limitação.

O título foi utilizado com ironia e sentido de ambigüidade. “O País do Carnaval”, por quê não, “Estado do Carnaval” ? Pelo fato de acontecer em foco festivo no Rio de Janeiro. O Brasil foi mostrado no geral como um país festeiro, onde as pessoas se apegam ao prazer da carne. Ficando desligadas, desatentas com o que acontece. Só pensam em festas e acabam perdendo a essência da vida, a qual não é encontrada por alguns dos personagens.

O autor tem uma linguagem oral marcante, aproximando-se da técnica do “contador de casos”. Apresenta-se razoável, espontâneo, alcançando a compreensão do leitor, mesmo o de pouco trato com a leitura.

É, entretanto um dos maiores escritores brasileiros, um excelente contador de casos. Como característica própria, retrata o regionalismo nordestino – Salvador –, e também aspectos pitorescos do cenário: a Bahia.

Minha Relação com a Língua Portuguesa

A língua portuguesa há muito vive comigo. Desde quando meus pais conversavam comigo na barriga de minha mãe, não entendia nada, mas no fundo, sentia uma grande alegria quando os ouvia. E foi assim até que definitivamente cheguei a esse mundo “ditador de regras”.

Cresci, e assim como a maioria dos educadores não capacitados, não dominava muito bem o português. Na escola sempre tirava notas convincentes, mas, em casa, nas ruas e com conhecidos ou desconhecidos a relação da linguagem falada comparada à aprendida no colégio era praticamente de total diferença. Demorei a entender que realmente não eram iguais mas faziam parte de um conjunto de valores que definiam e define a nossa língua.

O tempo foi passando e ao contrário do que pensava, a influência da língua portuguesa cresceu ainda mais em minha vida. Odiava! Era uma monotonia demasiada, sempre “ortografia” + “ortografia”... numa idéia de limitação total, não nos educam em idéias do lato-senso[1] e sim do stricto-senso[2].

Infelizmente somos ensinados a seguir regras, “gramática normativa”, que julgam ser mais importante até mesmo do que seu senso-comum. Se submetem. Nos persuadem. Certamente que essa é a base, mas não a única forma se aprender.

Sempre achei complicado lembrar tantas normas para serem seguidas, mas entendia que sem elas nunca conseguiria ter uma comunicação formal e que por isso seria prejudicado na vida profissional. Até encontrar as respostas para minhas perguntas e chegar à conclusão de que estava equivocado.

Essas respostas se resumem em apenas oito letras: “leituras”. Isso mesmo, com a leitura entrei em um novo mundo, tudo se clareou. Depois de ser apresentado a um livro, nunca mais quis largá-lo, foi amor a primeira leitura.

São incontáveis as modificações que sofri, com relação a tudo, inclusive à língua portuguesa. A linguagem é a forma que o ser humano ganhou para se comunicar, seja ela verbal ou não-verbal. E a melhor maneira de se conversar, ter o que argumentar é lendo. Aumentando nossa visão de mundo.

Depois que conheci o livro, marco encontros periódicos com ele e se depender de mim, será assim até que não me queira mais. Não importa o quê, de onde veio, quem fez ou do que se trata, se mereceu ser feito, com certeza merece ser lido!

Viver pra mim é sinônimo de leitura, e com ela aprendemos sempre a mais e nos dá auto-estima e confiança. Perculum dicendi non recuso[3], mas garanto que será com argumentos pertinentes e convictos.

Porque um homem com um livro na mão é como um barco no mar com vento favorável.

[1] Pensar grande
[2] Visão limitada
[3] Esponho-me ao risco de falar

Questões Ambientais: Homem X Amazônia



Há muito tempo o ser humano vem desmatando áreas verdes de forma bastante agressiva. Com os avanços tecnológicos e o alto consumismo proposto às populações, a agressão ao meio ambiente ao invés de diminuir, aumenta em progressão geométrica. E a sobrecarga, responsabilidade, recaem sobre o Brasil, que possui o “pulmão do mundo”.

Como sabemos, desde a colonização, nosso país é fortemente desmatado. Retiravam árvores da mata nativa para produções na metrópole, que foi a principal responsável por uma grande devastação da nossa Amazônia. Com o crescimento de indústrias foram abolidas mãos-de-obra manufatureiras e adotadas máquinas que as substituíam. Com tudo isso as pessoas passaram a consumir muito e o século XXI passou a ser ícone do dinheiro, o principal “bem” que uma pessoa pode ter.

Mesmo que isso possa custar uma grande área ambiental – o que mais acontece atualmente –, as pessoas não levam essa questão a sério. Acham que sozinhos não vão fazer a diferença que tanto falam. Mas quantas pessoas assim como ela pensa isso? Muitas.

Todos já devem ter ouvido falar – como disse acima – que a Amazônia é o “pulmão do mundo”, mas a questão é, o que o mundo faz para manter-se vivo? Assim como as plantas, as algas marinhas também realizam fotossíntese. Pesquisas mostram que cerca de 90% do oxigênio existente no planeta é liberado por algas. Um país que é o principal emissor de CO2 na atmosfera quer homologar a questão da Amazônia para todos. Julgam o Brasil por tratar com negligência essa questão. Já que isso ocorre, poderíamos – nós brasileiros – tratar urgentemente de cuidar e preservar da nossa propriedade.

O Advogado do Instituto Ambiental do Paraná, Gabriel Montilha citou em debate: “Esse esforço é necessário para compatibilizar o desenvolvimento econômico com a preservação ambiental”. Outro caso importante que reflete em relações internacionais foi comentado por Amadeu Soares, diretor do departamento de Biologia da Universidade de Aveiro e presidente do congresso internacional de Química e Toxicologia Ambientais, que em seu discurso afirmou: “A indústria portuguesa está ausente desta realidade, o que é verdadeiramente lamentável quando este é o debate do futuro na proteção ambiental e conseqüentemente, na saúde”.

É um direito e um dever nosso, o papel de preservação ambiental, principalmente quanto á Amazônia. Dever porque assim como essa extensa mata é nossa, é nosso também o ofício de zelar pelo que temos, mas se outros querem ter o mesmo direito sobre ela tem que ajudar no dever, obviamente. Direito porque necessitamos de espaços preservados para nosso ócio e o lazer como jardins, praças e parques ecológicos.

Vamos fazer com que a Amazônia vire efetivamente o “pulmão do Brasil”, quiçá, do mundo.

O prazer de cantar



Baseado na imagem de Pablo Picasso





Em uma cidade muito pequena no interior da Bahia vivia Luis, um rapaz forte, trabalhador, sonhador. Morava sozinho em uma casa pequena com apenas um quarto, a sala integrada à cozinha, o banheiro no exterior da casa: situação higiênica precária.Tinha um grande sonho: descobrir a profissão que mais tinha a ver consigo. Trabalhava num supermercado ali mesmo próximo à sua casa, mas sempre com o mesmo pensamento, encontrar seu ponto forte. Luis tinha 24 anos de idade que acabara de completar no ano corrente. Sua vida era sempre corrida, na maioria do tempo estava no trabalho, já tinha um bom tempo que ocupava aquele cargo e como morava sozinho não tinha muitas despesas, guardava maior parte do que recebia. Nesse mês ainda iria receber e era sempre um momento de tensão, pois esperava receber mais do que o de sempre. Muitas vezes decepcionava-se, outras, se realizava. Dez anos se passaram e já maduro com 34 anos, Luis decide largar o emprego e correr atrás do seu sonho.Já tinha um valor considerável em seu domínio, pensou então em fazer pinturas. Se inscreveu em uma escola de artes no centro da cidade. Com o passar do tempo foi se familiarizando com as figuras, fez muitos desenhos, muitas obras. Certo dia quando acabara de fazer uma paisagem, chega à sua sala uma linda moça. Ela mexeu com seu coração. Quis conhecê-la. Perguntou se podia desenhá-la. Ela respondeu sorridente que sim. Seu nome era Marília e tinha estatura jovem. Ao término da pintura, deu a ela para que contemplasse sua imagem. ela adorou, então ele perguntou o que iria fazer a noite. Disse-lhe que estaria livre. Aproveitou para convidá-la para um passeio mais tarde. Aceitando foi-se embora.Ficou muito encantado com a moça, tudo que fazia era com ela no pensamento, não conseguia parar de pensar naquele sorriso lindo, aquele corpo escultural. Nesse dia chegou em casa mais cedo, deu uma limpeza geral na casa que apesar do tamanho ficou brilhando. O relógio aponta sete horas da noite e ele sai ao encontro de Marília. Andando pela rua, vistoso, perfumado e sorridente. Afinal nunca vira tanta beleza numa pessoa só. Ao chegar à pracinha lá estava ela, deslumbrante sentada no banquinho, chegou até ela e começaram a conversar. Depois de alguns minutos de conversa já estavam extremamente íntimos, saíram e foram à uma pizzaria. Comeram. Conversaram muito e se conheceram ainda mais. Já umas nove e meia eles caminham contra o vento, calmos, pensativos, até que ele pára e fica de frente a ela:- Olha Marília, eu sei que a gente acabou de se conhecer, não sabemos tudo um do outro, mas quero te dizer que...- Eu também quero te dizer uma coisa.- O quê?- É que desde quando você me desenhou, percebi que havia me olhado diferente, posso até estar equivocada, mas o que vou fazer agora explica o que estou sentindo.Marília o agarrou e deu-lhe um longo beijo, suas mãos corriam as costas dele como um carro desgovernado. Lentamente Luis retribuía com o mesmo gesto, suas mãos desceram às pernas, subiu um pouco e apreciou suas nádegas. Se olharam por uns minutos:- Eu também estou sentindo algo forte por você, e é exatamente isso que iria fazer se você não o fizesse.Abraçaram-se saindo dali. Levou-a para casa e foi-se embora. Aquela foi a noite mais feliz de sua vida. Passados uns cinco anos já estavam morando juntos e ele havia largado a pintura, não se realizava mais com aquilo, mas foi importante para achar o amor de sua vida.Um dia ele chegou em casa às seis horas da tarde, já estava escurecendo e ela estava lavando os pratos, chegou mansamente e deu-lhe um abraço por trás, um cheiro na nuca. Ela se apoiou na pia e se arrepiou toda. Fechou os olhos e respirou profundamente, deu uma reboladinha que deixou Luis totalmente excitado. Pegou-a no colo e levou-a para o quarto onde lentamente começa a tirar sua roupa. Desabotoa a parte superior e depois a parte inferior, deixando-a completamente nua, logo depois tira toda sua roupa também e, sobre ela na cama, a noite foi cheia de fantasias.Alguns meses se passaram e ela estava grávida. Mesmo com tudo isso, Luis não deixou de correr atrás do que sempre quis: buscar o prazer. Tentou cerca de dez atividades, a última delas foi a música. Nove meses se passaram e chegou a hora de sua mulher dar a luz. Levou-a para o hospital. Estava muito tensa e nervosa. Os médicos disseram que aquele trabalho seria complicado, pois havia irregularidades com a criança que atingia a mãe. A hora do parto foi difícil tanto pra ele como para os médicos que trabalhavam na operação. Enfim o parto foi concluído e um dos médicos veio até Luis que esperava por notícias numa sala. Ele esperava ansioso para ver seu filho, mas o medico pediu que sentasse e se acalmasse. Ficou apreensivo e confuso, então foi esclarecido que sua Marília morrera no parto. Não suportara a dor e a pressão. Na mesma hora, Luis saiu correndo, chorando aos gritos em direção à sala de parto onde estava sua mulher, até que enfermeiros deteram-no alegando ser proibida a entrada de pessoas que não fossem os médicos.Dias se passaram após o enterro de sua amada. Não teve ânimo para voltar ao que fazia, cuidou do seu filho como se fosse a única coisa que existia e importava no mundo pra ele. Anos se passaram e já com a idade um pouco avançada decide voltar pra música. Seu filho já estava criado e estudando, então voltou a fazer músicas, foi criando músicas que eram cantadas pelos aprendizes da escola.Ainda tinha alguma coisa estranha no que fazia, não se sentia completamente realizado. Cantar músicas. Descobriu que tinha um talento incrível para cantar, tinha uma voz sensacional. Todos gostavam, estava aí finalmente seu sonho realizado. Ser cantor. Mas um cantor diferente dos outros, cantava com o coração, com a alma. Deixava-se levar pelas letras das músicas, beijando as cordas do violão com seus dedos, que mexiam dando um som especial à canção.Seu filho casou-se e mudou para outro Estado com sua mulher. Luis foi chamado para trabalhar no teatro como tocador de violão na mesma cidade do interior onde construiu sua vida. Fazia o papel de mendigo que tocava nas calçadas para ganhar dinheiro. Hoje compõe fora do teatro músicas românticas em especial para a mulher, sua grande aventura, Marília.
O que tentava passar para as pessoas com suas lindas letras era que buscassem – mesmo que parecesse impossível – sua felicidade. Sem pisar em ninguém. Porque apesar de tudo cada um tem um grande amor a sua espera, basta esperar o momento certo e oportuno para que se concretize. E assim viveu Luis até o fim de seus dias. Com grande dedicação, humildade e o mais importante: “o prazer no que fazia”.