terça-feira, 6 de janeiro de 2009

O “Amores”, Minhas Leituras

Amor é um sentimento que temos ao desejar algo ou alguém. Existem diversas formas de amor: amor físico, amor platônico, amor materno, amor a Deus, amor a vida...

O amor predominante no século XXI é o do Eros, aquele cuja atração sexual está à tona, sexo. O lema é só “ficar”. Ouvimos constantemente “te amo”, “te amo”, de boca pra fora. Já viram quantas comunidades do orkut diz eu te amo? As pessoas estão perdendo o sentido do amor, que não é considerado mais como uma hegemonia global.

O casamento é praticamente tratado como uma “brincadeira”, ao mesmo tempo que casam, separam sem o menor receio. Se durar 7 (sete) anos já é uma glória.

O psicólogo Ailton Amélio, fundador e coordenador do Centro de Estudos da Timidez e do Amor, do Instituto de Psicologia da USP (Universidade de São Paulo) fortalece a idéia: “ O que acontece atualmente é que houve a liberação e uma complicação nessa seqüência amorosa. A paquera continua universal e o noivado quase não se usa mais”, explica Amélio, “O casamento perdeu as forças e não é mais considerado eterno. A religião e as leis facilitaram a entrada e a saída de um casamento. Antes, descasar era considerado um pecado e era muito longo o processo de divórcio”, afirma.

Têm-se uma idéia de que o homem vê o amor no sexo – Faire I’amour
[1] –, um equívoco machista de que um másculo não pode ser romântico, delicado e gentil. Já nas mulheres vê um ser “amador material”, que não ama a pessoa pelo que é. Seu cheiro, seus costumes, sua voz e sim bens materiais. Esses são um dos reflexos alienistas do capitalismo. O amor do auto-interesse.

Dentro dessa confusão de afetos temos o “Amor permitido”. Aquele onde a pessoa é determinada, sente que algo a mais está acontecendo com ela. Por que você me ama? Porque você permitiu. Essa é a resposta mais adequada a essa pergunta. Se você próprio não se dá o valor, não se ama, fica difícil aceitar o amor de alguém. Só existe amor inter-pessoal – entre pessoas – se ambas permitirem.

Os maiores pensadores do mundo são de origem grega, eles deram vários nomes para o amor: dilectio, charitas, bem como Eros – como já foi citado – quando se refere ao amor personificado numa deidade.

O mais importante discípulo de Sócrates. Platão, por sua influência criou-se o amor platônico, que é uma expressão usada para designar um amor ideal, alheio a interesses ou gozos. Um sentimento popular pode ser o de um amor impossível de se realizar, um amor perfeito, puro, casto.

A noção de amor é central no pensamento platônico. Em seus diálogos, Sócrates dizia que o amor era a única coisa que ele podia entender e falar com conhecimento de causa. Platão comparava-o a uma caçada – no sentido de conhecer – e distinguia três tipos de amor: o amor terreno, do corpo; o amor da alma, celestial – que leva ao conhecimento e o produz –; e o outro que é a mistura dos dois.

Em todo caso o amor, em Platão, é o desejo por algo que não se possui, não existe, abstrato.

O amor é invariável, involuntário, a não ser se tivermos a sua procura. Disponho aqui as várias maneiras de se amar, visando a identificação, caro leitor, do amor que você sente – se é que você já o possui –. Todos em grego.

Aquele amor que é jogado como uma brincadeira é definido como Ludus, ou lúdico. Ao contrário do que as pessoas pensam, amante é aquele quem aquele que está amando, que é gosta, é definido e afeiçoado. Mania é o amor altamente emocional, instável; o estereótipo do amor romântico, uma obsessão. Já Psiquê é o do sentimento mais espiritual, verdadeiro e profundo.

O Pragma é a prática do amor, que visualiza apenas o momento e a necessidade temporária, quem pratica esse tipo de amor é uma pessoa forte, observadora, que investiga e só investe nele depois de ter certeza que será permitida.

Storge é o tipo de amor que valoriza a confiança mútua, o entrosamento e os projetos compartilhados. Plúlia é a dedicação ao parceiro. Vem sempre antes do próprio interesse. Entrega-se totalmente à relação e não se importa em abrir mão de certas vontades para a satisfação do ser amado.

A visão convencional da Biologia é que existem duas grandes vertentes do amor – atração sexual e penhora. Restringe-se ao amor entre homem e mulher, contrariando as sexualidades de cada ser, como a homossexualidade. A Psicologia ver o amor como sendo uma combinação de compromisso amoroso, excitação fisiológica, na qual as pessoas chegam a sentir falta de ar e aceleração dos batimentos cardíacos.

É importante frisar que o amor não se restringe apenas ao homem e a mulher – dois sexos predefinidos –, e sim a um imenso universo de seres que entram em sintonia.

Todos carecem de amor e querem reconhecer esse sentimento em si nos outros, não importando idade, formação ou sexo. O amor é essencial para nossas vidas como o ar, e é notoriamente reconhecido que sem amor a criatura não sobrevive conquanto o amor equilibra e traz a paz de espírito quando necessário.
[1] Fazer amor

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