quinta-feira, 16 de abril de 2009

Alternativa Energética: Supressão ou fome?


Um tema que vem gerando grande polêmica há alguns anos foi discutido pelo representante regional da FAO para a América Latina e Caribe, José Graziano da Silva. Agroenergia, fazendo um link com a teoria do pároco Malthus, que esclarece bem as relações sociais e alimentícias.

Segundo Malthus – em sua época – em meio a conflitos entre a Inglaterra e França, a população estava crescendo absurdamente em progressão geométrica, enquanto a disponibilidade de alimentos crescia em progressão aritmética. Então pensou em controlar a taxa de natalidade.

O que se pensa é na contradição entre produção de alimentos e a substituição das áreas destinadas a tal fim para produzir energia – no nosso caso, da cana-de-açúcar. Tem-se em mente uma espécie de “desfragmentação” e inclusão dos pobres à matriz energética, o que segundo José, Malthus reprovaria.

Como o próprio Graziano diz: “A pobreza é uma consequência das relações sociais e econômicas injustas, não da inelasticidade dos meios de produção, muito menos de atributos individuais (raça, cor, nível educacional, etc.)”. Ou seja, a miséria vem de cima, dos altos níveis de classe social, desigualdade em todos os sentidos. “... Nenhum sacrifício dos ricos poderá aliviar o sofrimento dos pobres, pois eles são os próprios culpados pela sua pobreza”, afirmava Malthus.

Essa alternativa energética – apesar das aversões – vem crescendo em grande escala no Brasil. Como praticamente tudo que existe, essa questão tem o lado positivo e o seu lado negativo. O lado “bom” da história é que diminuiria a dependência do uso de combustíveis fósseis, e a parte negativa – e mais importante, além da ambiental – é a questão social, que a cada dia insiste em “pongar” só para um lado.

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