A obra Por quê "A Cabana"? de Eduardo Dantas foi licenciada com uma Licença Creative Commons - Atribuição - Uso Não Comercial.
Eduardo Dantas
Só-letrando
domingo, 11 de julho de 2010
Por quê "A Cabana"?
A obra Por quê "A Cabana"? de Eduardo Dantas foi licenciada com uma Licença Creative Commons - Atribuição - Uso Não Comercial.
quinta-feira, 28 de janeiro de 2010
Pra você, o que é SER humano?
Há muito, pessoas foram ridicularizadas às mais bizarras situações às quais qualquer um de nós jamais imaginamos existir, nem mesmo acontecer conosco. Estou falando do Holocausto, a imolação de vidas! Pra mim, o evento mais assustador, desumano e tirano que já ouvi e li. Estou falando das deflagrações sofridas pela população judia no nazismo, liderado por adolf hitler (você deve está se perguntando por quê não escrevi o nome dele com iniciais maiúsculas. A resposta é simples: ele não foi Humando e sim, um animal).
O mote desse breve texto está no incrível livro A menina que roubava livros, de Markus Zusak. Um livro real, claro e direto! Onde uma garotinha, filha de judeus, mas de pátria alemã, é adotada por uma família em Molching, onde se depara com conflituosas situações de etnia, ideologia, comportamentos e o mais marcante: o que fazia para poder ler.
Hoje (esse hoje pode ser entendido em qualquer momento da história, portanto hoje é 1940, é 2010, 2050 e enquanto houver rastro de vida nessa terra) há diferença? As pessoas se tratam como se a elite dominasse suas cabeças e aceitam.
O nazismo existe hoje sim, muito mais revigorante do que antes, camuflado na religião (respeito todas), na política, no capitalismo. Quando a mãe de um play boy diz para não se misturar com o filho da empregada porque, além de ser NEGRO, é POBRE.
Pessoas foram arrastadas pela rua como inúteis sacos de lixo que já não valem para mais nada. O detalhe disso tudo é que, eles eram alemães! Tinham a mesma nacionalidade de seus agressores! Eram SERES HUMANOS! Pessoas, crianças que não viam - e com toda razão -, motivos para serem maltratados daquela maneira!
Recomendo a todos que leiam esse livro, se você nunca ouviu falar no heil fuhrer - o que acho difícil -, pode, de forma sucinta, ficar por dentro do que foi essa repressão que dizimou grande parte dos Judeus. E se você já conhece, melhor! Leia e coloque mais um gomo nessa minha corrente.
E então, pra você, o que é SER humano? Pra mim, não é apenas ter carne e osso e raciocinar, e sim reconhecer que aquele homossexual, aquele católico, aquele mendigo, aquela prostituta, assim como você, "o perfeito", tem sentimentos o suficiente para adoecer, ansiar por comida, ter filhos e... SER humano e não serhumano.
Espero que leiam o livro e comprovem realmente que, quando a Morte conta uma história, você deve parar para ler.
quarta-feira, 9 de dezembro de 2009
O sufrágio da Globalização
Com o advento da possibilidade de abrangência de capital, alavancado no âmbito histórico do Imperialismo monopolista do capitalismo, e consequente acúmulo de lucro, países passaram a disputar mercado em escala global de forma extremamente rápida e arriscada. Dá-se a esse processo o nome de Globalização, com papel de disseminar igualitariamente conhecimento, recursos e capital.
Podemos ver a globalização com olhos positivos em sua teoria. Pois, segundo sua definição,
“o termo globalização designa um fenômeno de abertura das economias e das respectivas fronteiras em resultado do acentuado crescimento das trocas internacionais de mercadorias, da intensificação dos movimentos de capitais, da circulação de pessoas, do conhecimento e da informação de forma homogênea.”
Como vemos, na prática isso não acontece. Poderíamos ter uma participação mais efetiva de todos os países nas relações internacionais, inclusive os atualmente chamados emergentes. Mesmo que isso seja fato, devemos compreender que a globalização – pro bem ou pro mal –, envolve multidimensões, que participam ativa ou passivamente.
As desigualdades são explicitamente desenvolvidas e o sentimento de humanidade é deixado de lado. O que vale é o que uma nação tem a mim oferecer financeiramente, seja psicologicamente, seja com implantação de multinacionais por exemplo. Abordagens econômicas e não-econômicas dominam os debates acadêmicos.
Não se tem – como princípio básico da globalização –, a abrangência de tecnologias equiparadas em todo o mundo. Têm sim, tardia em países pouco desenvolvidos industrialmente e versátil em outros oligopólios e bancos globais que concentram as decisões políticas e econômicas. Característica marcante deste século capitalista, com intensificada concentração e centralização de capitais, com expressivo crescimento de filiais estrangeiras – em foco – nos países subdesenvolvidos. Por quê? Porque a mão-de-obra é muito mais barata e pode pagar a pelo menos quatro peões com valor que pagaria a apenas um no país sede (exemplo da dispersão de capitais).
É claro que a globalização não pode ser analisada apenas sob esse prisma da competitividade, mas é a que prevalece, prepondera. Pois, por trás, existem nações que mantém o pilar. Segundo Fiori[0], esse é “um erro analítico que, nesse caso, cumpre a função ideológica de reduzir o processo da globalização a um fenômeno material, tecnológico/ produtivo [...], confundindo-se intencionalmente a irreversibilidade da globalização econômica com a inevitabilidade de determinadas soluções [...]”.
Ou seja, por mais que se discuta, analise ou critique, não adianta querer uma solução se não se faz nada em prol, e pior, “sou” um dos causadores do dito “problema”. Durante o processo de globalização se percebeu uma progressiva retirada da intervenção do Estado na economia. Acontece que, para o capital, o Estado pode exercer o papel de interventor em certas trocas e/ou se tornar um forte concorrente, com regulamentação do mercado de trabalho, da política tributária, entre outros. Levando a uma predominância global das nações fortes mais ofensivas sobre as nações mais fracas.
No auge do capitalismo, fica ainda mais difícil se alcançar a igualdade. As ações e atitudes a cada dia mais e mais reforçam a submissão às exigências das principais potências mundiais. A globalização, ao mesmo tempo em que acelera os ganhos de grandes capitais, concentra e centraliza o capital. A disputa ressuscita a cada nova oportunidade de elevação, em que alguém tem que perder para alguém ganhar. Somos livres? Vivemos numa democracia? Será que realmente temos liberdade de expressão e escolha?
Para Fiori, os novos colonizadores carregam calculadoras em vez de armas. Os ternos sobrepõem às fardas. Pregam o evangelho do livre mercado, não da religião missionária. Os novos colonizadores são os grandes domadores do poder e do capital, dos países de Primeiro Mundo, liderada pelo World Bank e pelo Fundo Monetário Internacional [...] mas precisamos de organizações para estabelecer padrões. Senão países em desenvolvimento serão (são) excluídos de tudo no mundo. Como as nações “inferiores” não tem para onde correr, submetem-se. Resgatando o chamado neo-imperialismo.
Sociedade estereotipada, preconceituosa, desumana, consumista, alienada como burros de carga orientados a olhar só em uma direção. Somos nós, filhos do capitalismo, rotulados e camuflados como idiot savant[1], que compramos a felicidade de um assassino, a honra de um pai de família. A sociedade high tec[2], como define Paulo Sérgio do Carmo em seu livro O Trabalho na Economia Global.
De que servem as flores que nascem pelo caminho?[3] Se já estão infectadas pelo vírus do capitalismo? Obsolescência programada[4], esse – pra mim –, é o termo que resume a era da tecnologia e suas conseqüências negativas na vida das pessoas.
Vamos velejar num mar de lama, Desafinado coro dos contentes[5], vamos fazer com que nossa vontade prevaleça, não a que nossos pais ou amigos ensinam, pois estes também são tendenciosos, mas sim a que desenvolvemos durante nossa vida, a olho nu, sem nos apropriar negativamente.
Viva a hegemonia da “verdinha”, viva a sociedade da máscara[6] vitalícia.